A
meia-maratona é, desde há algum tempo, uma distância com grande número
de aderentes entre os portugueses que se dedicam à corrida de fundo. A
causa remota desta verdade incontestável parece ser o facto da primeira
grande prova popular que se disputou entre nós ter sido, precisamente, a
Meia-Maratona de Nazaré em 1975. De então para cá foram aparecendo
um pouco por toda a parte, provas sobre a mesma distância, em imitação
da pioneira, tendo-se mesmo caído, em certos períodos do ano naquilo que
se pode considerar uns exageros de meias-maratonas no calendário
competitivo.
No entanto, com exagero ou não, o certo
é que existem já entre nós umas largas dezenas de corridas sobre
os 21,097 metros. O objectivo deste trabalho é abordar de forma mais ou
menos directa aquilo que poderá ser o treino ideal para um indivíduo
que pretenda tomar parte em provas de meia-maratona, respeitando, como é
lógico as condições particulares de cada um, que numa população tão
heterogénea como é a dos nossos leitores, terão que ser
forçosamente bastante diversificadas.
Ultrapassando os considerandos, entremos
propriamente no tema para dizer que o treino específico para
a meia-maratona é de algum modo diferente daquele que poderá ser feito
para uma corrida de maratona ou para uma prova de 10 mil metros. O que
se passa normalmente é que entre os corredores populares, as provas vão
aparecendo domingo a domingo sem uma preparação especial, variando em
muito pouco a conduta geral do treino, o que faz depender os resultados
finais mais da disposição do dia e das condições exteriores (traçado,
condições atmosféricas, adversários etc…) que propriamente de um
planeamento sério e aturado, o qual poderia ajudar a controlar com maior
segurança o resultado final.
Em
qualquer dos casos, quando se escreve “ritmo lento”, referimo-nos a um
andamento controlado, onde a respiração não chegará a ser ofegante e
o ritmo cardíaco não deverá ultrapassar os níveis considerados aeróbios,
ou seja, os 140-150 batimentos por minuto.
“Ritmo forte” quer dizer um
andamento parecido ou semelhante àquele que se deseja imprimir durante a
competição, o qual será, como é evidente, diferente de pessoa para
pessoa e deverá corresponder a um nível de expectativa ideal para cada
um, não vá alguém que está a dar os primeiros passos em termos de treino
ambicionar correr a distância em menos de uma hora e vinte minutos, o
que resultaria num rotundo fracasso. Finalmente, a outra referência de
que fazemos uso é o “ritmo progressivo”, que em linhas gerais quer dizer
começar lento e ir acelerando progressivamente até atingir o andamento
ideal para a competição a partir de metade do treino, para vir mesmo a
superar na fase derradeira.
Plano Provas de Meia Maratona
Iniciantes ItermedioAvançado
Competição
6 dicas para terminar uma meia maratona
Aos
poucos, a meia maratona ganha cada vez mais espaço na mente e no plano
dos atletas portugueses. O número de participantes nesta distância
aumenta a cada ano e a cada prova. É considerada a melhor distância por
Amby Burfoot, campeão da Maratona de Boston em 1968
Segundo Burfoot, “…é um verdadeiro teste de resistência, desafio e
velocidade. Podem ser testados os limites de cada um com mais frequência
sem correr tanto o risco de sofrer uma lesão. É desafiante poder correr
21 km a um ritmo moderado a forte sem consumir tanta energia como na
maratona”.
Para quem pretende ingressar neste
pelotão, seguem-se 6 sugestões para estrear nesta distância e poder
cruzar a meta, inteiro, com a sensação de dever cumprido.
Primeira meia maratona
Para iniciar um programa de treino de 12
semanas, deve correr de forma confortável 10 km, continuadamente, ou 30
km ao longo da semana, isso há, pelo menos, um mês. É fundamental
evoluir gradualmente.
VÁ DEVAGAR - A maioria dos
treinos devem ser realizados num ritmo que permita, no fim, ter ainda
energia para correr mais uns bons metros. Muitos iniciantes exageram no
volume e/ou intensidade no princípio e terminam com uma lesão ou cansaço
que os impede de seguir adiante. Ao terminar sem fôlego e com dores é
sinónimo de um ritmo demasiado rápido. Ter alguma prudência e controlo
na velocidade, evitará que assista à prova… de fora!
TREINE AO AR LIVRE - A passadeira
é amiga nos dias frios ou de chuva, mas, como a prova vai acontecer na
rua, é preciso treinar num ambiente externo. Correr na rua é a melhor
forma de se adaptar ao meio físico da prova.
ENFRENTAR SUBIDAS (SE NECESSÁRIO) - Para
uma estreia nos 21 km, o ideal seria um percurso predominantemente
plano. Mas, se optar por uma prova com algumas ascensões, é conveniente
incorporar no plano de treino, algumas subidas de forma progressiva. Se
possível, treinar no próprio percurso da prova.
INVISTA NO VESTUÁRIO - Ignorar as
camisolas de algodão do armário. Comprar poucas e boas peças de
corrida, como camisolas, shorts, meias e tops desportivos (para as
mulheres) com tecidos tecnológicos, que absorvem e eliminam a humidade. O
mais importante é a aquisição de umas sapatilhas confortáveis e
próprias para running. É conveniente adquiri-las numa loja especializada
em corrida, que conte com um fisioterapeuta e até com um teste gratuito
do tipo de pisada.
ABASTECIMENTO- Não correr de
estômago vazio. 1 hora antes das corridas longas, consumir, pelo menos
200 a 250 calorias. A cada refeição, aproximadamente, 60% das calorias
devem vir de hidratos de carbono, 25% de proteínas e 15% de gorduras
insaturadas (como castanhas).
OUÇA SEU CORPO - Se foi um pouco
mais rápido ou mais longe, é normal sentir algum desconforto muscular,
especialmente nos gémeos, nos quadríceps e nos músculos anteriores da
coxa. São necessários dois dias para recuperar de treinos mais intensos.
Se sentir dor no terceiro dia, o descanso é aconselhado. Se a dor for
além de quatro ou cinco dias, é melhor consultar um médico.
Elisabete Ribeiro
EXAME.com
Dieta para a meia maratona
Uma corrida de 21km não é pêra doce,
ainda mais se não souber alimentar-se da melhor maneira nos dias que a
antecedem. Uma meia maratona pede por mais calorias, hidratos de
carbono, proteínas, vitaminas e minerais do que uma corrida de 10km.
Deve ser inteligente na sua alimentação.
A chave está em escolher os hidratos de carbono complexos para
conseguir “combustível” extra para os seus treinos e um consumo
harmonioso de proteínas e gorduras.
Lembre-se que nem todas as gorduras são suas inimigas. Elas também servem como reserva e fonte de energia.
O que deve fazer é escolher alimentos ricos em gorduras poliinsaturadas
e monoinsaturadas (azeite de oliva, abacate, frutos secos, etc) e
peixes ricos em ácidos gordos ómega 3, que ajudam a manter a saúde
cardiovascular.
Também é necessário garantir um bom consumo de cálcio
(1500mg/dia) para evitar fracturas devido ao stress muscular que surge
nos atletas de longas distâncias, especialmente mulheres. Alguns atletas
tomam l-carnitina para queimarem a gordura de reserva e dispor, assim, de energia extra quando terminar o glicogénio muscular.
A dieta diária recomendada para preparar uma meia-maratona nas duas semanas que antecedem a prova:
Calorias: 2500-2900
Hidratos de Carbono: 375g-475g
Proteína: 75g-90g
Gorduras: 55g-85g
Hidratos de Carbono: 375g-475g
Proteína: 75g-90g
Gorduras: 55g-85g
Dieta proposta
Pequeno-almoço (uma das seguintes opções):
(1) – Uma taça de cereais tipo muesli com dois iogurtes naturais ou leite de soja e fruta aos pedaços;
(2) – Sumo de laranja natural, uma fatia de pão integral com manteiga e uma colher de marmelada;
(3) – Chá de alecrim com anis verde, uma fatia de pão integral e uma colher de mel;
(2) – Sumo de laranja natural, uma fatia de pão integral com manteiga e uma colher de marmelada;
(3) – Chá de alecrim com anis verde, uma fatia de pão integral e uma colher de mel;
A meio da manhã (uma das seguintes opções):
(1) – Uma fatia de pão integral com presunto, tomate e azeite;
(2) – Chá verde com uma colher de mel;
(3) – Uma laranja;
Opção suplementos: 1 batido whey + 1,5g ómega 3
(2) – Chá verde com uma colher de mel;
(3) – Uma laranja;
Opção suplementos: 1 batido whey + 1,5g ómega 3
Almoço (uma das seguintes opções):
(1) – Salada de arroz integral com frango assado, passas, milho e maçã
(2) – Peito de frango grelhado com acompanhamento de cebola.
Para terminar: Coalhada com mel (opcional)
(2) – Peito de frango grelhado com acompanhamento de cebola.
Para terminar: Coalhada com mel (opcional)
Lanche:
(1) – Macedónia de frutas e sumo de laranja natural com mel ou uma fatia de pão integral com manteiga e uma colher de marmelada.
Opção suplementos: 1 batido whey + 1,5g ómega 3
Opção suplementos: 1 batido whey + 1,5g ómega 3
Jantar:
(1) – Salada de tomate com abacate, queijo de Burgos, azeite de oliva e órégãos.
(2) – Salmão grelhado com batatas cozidas e queijo parmesão.
(2) – Salmão grelhado com batatas cozidas e queijo parmesão.
Antes de dormir:
(1) – Um copo de leite com cacau ou um chá (camomila, flor de laranjeira ou cidreira).
Para terminar: uma mão de bolachas integrais (opcional)
Para terminar: uma mão de bolachas integrais (opcional)
Antes da prova:
Percorrer 21km pode levar entre uma hora
(se fores muito bom/boa) e duas horas (se fores um atleta normal). Se a
corrida durar mais de uma hora, corres o risco de esgotar as reservas
de glicogénio muscular. Como tal, antes da prova, é necessário que
carregues o depósito de glicogénio com batidos ou barras que te forneçam
hidratos de carbono.
Para o pequeno nesse grande dia, propomos-te duas fatias de pão integral com marmelada, uma bebida desportiva (por exemplo, Raw Energy Shot) e meia barra energética. Até 3 horas antes da corrida, deves ter uma refeição energética, à base de hidratos de carbono (por exemplo, massas).
Durante a prova:
A prioridade número 1 é a hidratação e
recarregar o depósito de glicogénio muscular. Evitar a desidratação é a
tua garantia de êxito. Conforme aconselha o American College of Sports Medicine (ACSM),
deves consumir cerca de 250-300ml de uma bebida desportiva a cada 15
minutos de prova. Outra boa opção, muito prática para quando estás a
correr, são os géis que repõem hidratos de carbono.
Fonte: prozis.com
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