Teste do selim

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pontos de contato – traseiro x selim

(por Richard Paul Dunner): tirado deste site
Em vista dos problemas que a maior parte dos ciclistas enfrenta nos pontos de contato com a bicicleta e não tendo achado literatura a respeito em português, decidi escrever sobre o tema.
Os 3 pontos de contato com a bicicleta são:
1. Mãos com guiador
2. Traseiro com selim
3. Pés com pedais.
Estes são os pontos onde temos que prestar mais atenção e vale a pena fazer um investimento maior para garantir o nosso conforto.
Em uma primeira instância gostaria de me concentrar no contacto do traseiro com o selim.
Lembre-se, o ciclista de longa distância muitas vezes desiste em uma pedalada longa não porque não tem mais pernas, mas porque o traseiro está tão assado que não consegue mais sentar.
Veja na figura anexa os pontos de pressão medidos em um selim: vermelho = pressão alta, azul = pressão baixa.
Importante é uma distribuição de pressão em uma maior área e da forma mais uniforme possível. Isto, para eliminar os pontos de pressão alta = vermelho. Ideal seria um resultado gráfico somente de cores verdes e azuis = pressão baixa.

pressão medida no selim
Lembre-se, dormência ou dor são indicadores de algo errado. Significa que existem pontos de pressão que estão inibindo a circulação sanguínea, resultando em desconforto.
Portanto, a sua escolha do conjunto selim e bermuda são essenciais.

Selim
O seu traseiro é o ponto de contacto com a sua bicicleta com a maior pressão. Consequentemente tem que escolher o selim de tal forma, que distribua a pressão da forma mais uniforme possível. Não interessa, se a superfície é mole ou dura, importante é o formato.
Os parâmetros para a escolha são:
1. A distância entre os ísquios
2. O uso e, portanto, a posição.
3. O sexo
4. Características físicas individuais
5. Estilo de pedalar
6. Conclusões
Ísquios

Assometer (Specialized)

Distância entre os ísquios
O primeiro passo que deveria fazer é medir a distância entre os seus ísquios. Este fator define a largura do seu selim. O mais simples é sentar em um pedaço de papelão canelado. Com o peso do próprio corpo acabam aparecendo as marcas dos ossos nele. Pegue uma trena e meça de centro a centro das marcas.
A largura para uso de um selim se define partindo da crista dele. A medida  aproveitável é a distância onde alcançamos um afundamento máximo de um centímetro em relação a crista. Veja o desenho abaixo.
Cada vez mais fabricantes de selins produzem o mesmo modelo em diferentes larguras para ajudar na adaptação.
Um bom exemplo da aplicação deste principio são os selins Specialized, onde o mesmo modelo pode ser encontrado em ate três diferentes larguras.
Uso do selim
Dependendo da especialidade ciclística praticada os formatos são adaptados. Assim temos selins específicos para uso urbano, MTB, pista, estrada, triatlon, etc.
Em geral usam-se selins mais largos para ciclismo urbano e trekking devido à posição, mas erguida, selins mais acolchoados e arredondados na parte posterior para MTB devido necessidade de poder se movimentar para a parte posterior do selim em descidas, selins mais estreitos para prática de ciclismo de desempenho onde a aerodinâmica aumentaem importância. Temos então para cada especialidade um selim especifico.
Sexo
As diferenças físicas entre homens e mulheres são mais um fator. Devido às diferenças anatômicas, os selins masculinos são mais estreitos e compridos e os selins femininos mais largos e curtos.  Muitas marcas vendem hoje selins diferenciados tentando fornecer produtos específicos ao cada vez maior número de mulheres praticando o ciclismo. Um bom exemplo de selim feminino pode ser visto na foto abaixo: Selle Italia Lady Gel Flow.
Estilo de pedalar
Por último, dependendo da sua forma de pedalar, além das características físicas, o selim também tem que ser adaptado.
A empresa Fizik parte do principio que o selim deve ser adaptado à flexibilidade da espinha dorsal do usuário. Veja o site http://www.fizik.com
Fizik chegou à conclusão que tem basicamente três tipos de usuários:
1. Bull (Touro): Aquele que fica sentado em uma certa posição no selim e não muda muito de posição. Tem uma espinha dorsal mais rígida.
2. Cameleon (Camaleão): Aquele que se movimenta pouco de posição encima do selim. Tem uma espinha dorsal mais flexível que o Touro.
3. Snake (Serpente). Aquele que se movimenta constantemente encima do selim. Tem uma espinha dorsal muito flexível.
Baseado nesta teoria a Fizik define o formato do selim.
Assim, para o ciclista Touro foi desenvolvido o Fizik Aliante, que é mais largo e mais fundo no períneo. Exemplo: Andy Schleck.
Para o ciclista Serpente foi desenvolvido o Fizik Arione, que é mais estreito e comprido sendo quase completamente plano. Exemplo: Fabian Cancellara, um corredor com uma flexibilidade muito grande, que consegue parado, esticando-se, colocar a palma da mão no chão.
O ciclista Camaleão usa um selim que fica entre os dois modelos anteriores, o Fizik Antares. Exemplos: Ivan Basso e Vicenzo Nibali.
Conclusões para nos randonneurs
Independentemente de todos os fatores mencionados, caso tenha achado o selim onde se sinta confortável pedalando durante horas, seja um selim de MTB, trekking ou estradeiro, use-o.
Pessoalmente, prefiro selins de couro a selins de materiais sintéticos. Um bom selim de couro adapta-se melhor as características anatomicas do ciclista. Precisa de mais manutenção, por ser um material vivo, mas o conforto e maior.
No PBP 2011 por volta de 50% dos participantes usavam selins de couro. Usei para a prova um Brooks Swift (veja foto). Tenho usado este modelo para quase todos os Audax nos últimos anos.
Já usei um Brooks B17 Narrow mas não consegui me adaptar e vendi para um colega ciclista.
Os selins Brooks, com poucas exceções, necessitam ser amaciados pedalando, calculem 30 horas de uso para chegar ao resultado desejado.
Para uso urbano e para trekking comprei um selim Gilles Berthoud Aspin (veja foto). Estes selins franceses são pré-amaciados e no meu caso a adaptação foi imediata.
Entre os selins de material sintético, uso o Fizik Aliante (veja foto) na minha bicicleta de corrida, um selim leve e um pouco mais largo que, em muitos testes feitos na Europa, foi considerado um dos selins de alto desempenho mais confortáveis no mercado.

Bermudas, calças e bretelles para ciclismo
O melhor complemento para qualquer selim é uma bermuda, calça ou bretelle apropriados.
Esta é a peça mestre do guarda roupa de qualquer ciclista onde cada centavo aplicado vale ouro.
Pode prever, que a melhor bermuda com o melhor forro, depois de 200km vai ficar tão encharcada de sujeira e suor, que o tecido não vai absorver mais nada.
Nesta situação o tecido vira lixa e, com certeza, o seu traseiro vai ficar assado.
Chegamos então às seguintes perguntas:
1. Bermuda ou bretelle?
2. Forro?
3.Proteção?
Forro Assos            Forro Gore 
Gore OxygenGore Ozon 
Bermuda/bretelle
A primeira questão é, bermuda ou bretelle?
Pessoalmente, acho que por praticidade a bermuda é mais apropriada para nos randonneurs. É muito mais fácil de retirar ou trocar quando estamos a caminho.
Os argumentos que o bretelle fica melhor no lugar e mantem as costa protegidas são coisa do passado com uma bermuda de qualidade.
Lembrando da higiene, lave a sua bermuda depois de cada pedalada. Alias muito mais bermudas ficaram inutilizáveis por não lavar de que por lavar.
Forro
A bermuda escolhida tem que ter um forro de primeiríssima qualidade.
Entre as marcas com os melhores forros achamos Gore, Assos e Pearl Izumi. Estas marcas têm forros diferenciados tanto para uso em competição como em longas distâncias, modelos masculino e feminino.
Não é por nada que no PBP 2007 e PBP 2011 aproximadamente metade de todos os ciclistas usavam bermudas ou bretelles Gore e Assos.
O forro para longas distâncias em geral é mais grosso e mais comprido para reduzir a pressão nas áreas essências. Lamentavelmente, não existe hoje, em janeiro de 2012, uma marca brasileira com um forro apropriado para longas distâncias apesar de que falem que usam forros importados. Obviamente é uma questão de preço.
Proteção
Por último gostaria de falar de um item muito negligenciado devido a intimidade e machismo.
Todos nos ciclistas já ficamos alguma vez assados depois de uma longa pedalada e nos perguntamos como evitar isto na próxima pedalada.
Não existe outra, que CHAMOIS = pomada para reduzir o atrito com o selim.
Como exemplo, sei que o massagista dos ciclistas profissionais, que chegam a pedalar ate 40.000km por ano, usam não gramas, mas quilos de chamois por temporada.
O bretelle do ciclista profissional é preparado da forma seguinte:
Pega-se o bretelle com o forro visível, pega-se com a mão limpa uma mão cheia de chamois, joga-se diretamente em cima do forro, edistribuindo de forma uniforme. Entrega-se desta maneira ao ciclista para uso.
Em outras palavras, o ciclista sai sentado em uma banha de pomada para pedalar.
Observei que alguns participantes das provas colocam Hypoglos na bermuda. Hypoglos não é apropriado e deixa muita sujeira. Serve para assaduras já existentes e dificilmente vai ajudar a reduzir a fricção com o selim. Caso não tenha dinheiro para gastar em chamois, compre vaselina na farmácia, que é muito mais apropriado e barato.
Exemplo
Terminei a minha participação em PBP 2011, 1230 km, praticamente sem nenhuma assadura no traseiro. Larguei em uma banha de chamois e levei para a prova um pote inteiro de chamois da Assos. A cada parada no posto de controle (PC) ia para o toalete e aplicava mais uma camada abundante de chamois.
Quando fui tomar banho, o mais importante foi secar bem as partes em contato com a bermuda, pegar uma bermuda limpa e aplicar abundantemente chamois no forro desta antes de vestir.
Para o caso de assaduras levei uma pomada da Avène: Cicalfate, empresa francesa. Esta pomada, que também pode ser encontrada no Brasil, tem poder regenerativo. Em caso de pedaladas longas que causaram assaduras, é para ser aplicada nas partes afetadas depois de deixar a superfície seca e limpa. Isto é depois de um bom banho.
Na minha experiência, já após 1 hora da aplicação a melhora é nítida. Assim, antes de voltar a pedalar, aplique uma camada fina da pomada e coloque-se uma camada de chamois por cima. A pomada acaba tendo a função de uma segunda pele.
Lembre-se, como falam os ingleses, “last but not least” (finalmente mas não definitivamente), qualquer aumento de conforto em uma longa pedalada depende dos detalhes.

  -  Fiz hoje (19.Dez.2012) o teste para saber a medida do selim, na loja Movefree do Forum Sintra, e deu o seguinte resultado:
Medidas entre os ossos isquios deu 130mm (o tecnico disse que é normal) o que corresponde a um selim de 143mm.
Recomendaram-me os seguintes selins:

Clique para ampliarSPECIALIZED AVATAR COMP GEL.

(Design BG patenteado, com canal central para ajudar a manter o fluxo sanguíneo para artérias importantes, testado em laboratório. Almofada de média densidade em EVA super leve com enxertos de gel em pontos de maior pressão garantem conforto durante longas pedaladas. Base reforçada com carbono para maior durabilidade e eficiência para pedaladas de longa duração. Trilhos ocos em aço Cr-Mo, leves e duráveis. Capa em Micromatrix leve, forte e resistente a água. Tamanho 143mm/ Peso 294g)

Clique para ampliarSPECIALIZED PHENOM COMP GEL
(Design BG patenteado, com canal central estendido até a ponta do selim para ajudar a manter o fluxo sanguíneo para artérias importantes Espuma em poliuretano com apliques em gel para maior conforto em pedaladas mais longas. Base reforçada com carbono para maior durabilidade e eficiência para pedaladas de longa duração. Trilhos ocos em aço Cr-Mo, leves e duráveis. Reforços nos pontos de maior desgaste para maior durabilidade. Capa em Micromatrix leve, forte e resistente a água. Ponta do selim redesenhada para oferecer melhor suporte quando se pedala em subidas muito íngremes. Parte inferior da ponta do selim revestida com borracha macia para não incomodar ao carregar a bike no ombro. Tamanho 143mm/ Peso 274g)

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